Revista Mente & Cérebro ed. 169 - Fevereiro 2007 | ||||||
Os animais sempre estiveram próximo do homem participando de atividades de caça, tração, locomoção, pastoreio, guarda, companhia e tantas outras. Embora sejam predadores, na maior parte das vezes são presas. Ao longo da história da humanidade, a domesticação de algumas espécies transformou tanto os animais quanto os hábitos e o estilo de vida das pessoas. Desse modo, a vinculação humana com bichos de estimação acrescentou um novo tipo de relação com complexidade e características próprias. Povos de diferentes culturas mantêm vínculos afetivos com essas espécies, sugerindo a existência de denominadores comuns. Nas últimas décadas, porém, surgiu um dado novo: o crescente interesse científico pelo estudo da relação homem-animal, tendo em vista seu potencial terapêutico. As modalidades de intervenção com a participação de animais abrem, para os profissionais da saúde e da educação, perspectivas de uso de recursos terapêuticos auxiliares. CONFIANÇA O primeiro relato da participação de animais em tratamento de saúde na sociedade ocidental contemporânea remonta ao final do século XVIII, na Inglaterra. O Retiro de York - instituição psiquiátrica que empregava métodos terapêuticos considerados mais humanos para a época — mantinha coelhos, gaivotas, falcões e aves domésticas nos pátios e jardins freqüentados pelos pacientes. Essas criaturas eram geralmente muito familiares aos pacientes e acredita-se que, muito mais que um prazer inocente, despertavam sentimentos de sociabilidade e benevolência nos internos. No século XIX houve um grande crescimento da participação de animais nas instituições mentais da Inglaterra e demais países europeus e americanos. Quando os primeiros textos científicos começaram a ser publicados, tal prática já não era tão rara. Em 1944, James Bossard escreveu um artigo sobre o papel dos animais domésticos na família, em especial para crianças pequenas. Mas foi a partir da década de 60 que o psicólogo americano Boris M. Levinson iniciou uma série de estudos de situações clínicas nas quais a presença do animal era fundamental no processo terapêutico. Um cachorro, por exemplo, poderia satisfazer a necessidade humana de lealdade, confiança e obediência. A relação da criança com o animal permite nuances num nível intermediário, diferentes das estabelecidas com pessoas e objetos inanimados. Ainda nos primeiros anos é possível perceber que brinquedos não podem dividir sentimentos, pois não são vivos, não crescem nem respondem. Segundo Levinson, “diferentemente da relação que estabelece com a boneca, a criança pode conceber o animal como parte de si mesma, de sua família, capaz de passar pelas mesmas experiências que vive”. Esse relacionamento oferece aos pequenos a possibilidade de se expressar mais livremente. CUIDAR DO OUTRO Posteriormente aos estudos de Levinson, merecem destaque as pesquisas dos psiquiatras Samuel e Elizabeth Corson. Na década de 80, eles usaram cães na psicoterapia em instituições psiquiátricas. A experiência foi realizada com 50 pacientes com alto grau de introversão que não respondiam ao tratamento convencional e relutavam em estabelecer contatos. Apenas três deles não apresentaram melhoras em seu estado clínico. Os demais, gradualmente, desenvolveram desejo de independência, sentimentos de auto- estima e senso de responsabilidade. De acordo com os pesquisadores, esses aspectos ficavam mais pronunciados à medida que os internos assumiam os cuidados com os cães. Segundo os psiquiatras, cachorros reúnem características que facilitam a interação, com pacientes: prontidão em oferecer afeto e contato táctil aliados à confiança que despertam. Para a maioria das pessoas, o resultado é uma reação empática, investimento afetivo e sentimento de responsabilidade em relação ao animal. A comunicação não-verbal, no entender desses autores, pode ser considerada ferramenta terapêutica dessa relação entre pessoas e bichos. Eles observam que as palavras ditas pelos humanos muitas vezes não condizem com o que a expressão corporal revela. E, de alguma forma, ainda que inconscientemente, essa mensagem dúbia é captada — o que influi de forma negativa nas relações, inclusive entre terapeuta e paciente. Já a aproximação entre pessoas e animais, por outro lado, ocorre de maneira direta e sem interferências de racionalização e intenções implícitas. Com isso, favorece a inclusão do bicho no universo de fantasias infantis. A vivência propicia maior confiança em si e no ambiente e a associação dessa proximidade com experiências prazerosas. Analisando a prática clínica desses autores, podemos supor que, para eles, o animal pode atuar como “recurso de contato” com o paciente. LIBERDADE DE EXPRESSÃO Estudos recentes indicam que os animais interagem com as pessoas não a partir das intenções ou sentimentos delas: o bicho responde ao comportamento humano. As pessoas, por sua vez, reagem às ações dos animais atribuindo-lhes sentido com base em seu próprio referencial. Como não há troca de palavras, a especificidade da relação, especialmente com cães, ocorre por meio de gestos e movimentos. Na ausência da dimensão verbal, é possível criar uma forma de comunicação em que o ser humano pode livremente atribuir significados à ação do animal, permitindo maior liberdade na expressão de sentimentos. Há vários mitos a respeito de meninos selvagens cuidados por animais — como as lendas de e Remo, fundadores de Roma, a história de Tarzã, o rei dos macacos e a de Mogli, o menino lobo. O caso de Victor, conhecido como “o selvagem de Aveyron”. é verídico. A história foi contada no cinema por François Truffaut, em 1969. Existem registros de que ele foi encontrado solitário e já adolescente nos bosques do sul da França, em 1799. Victor cresceu na mata, sem contato humano, após ter se perdido de sua família — quando era muito pequeno. Intrigado, um pesquisador assumiu sua educação e tentou ensiná-lo a usar a linguagem. Entretanto, o menino encontrava-se num período de desenvolvimento psíquico primitivo, longe da diferenciação entre eu e não-eu. OLHOS DE MÃE Diferentes linhas da psicanálise e da psicologia enfatizam a importância das relações humanas para a constituição do indivíduo. Para Winnicott, o ser humano desenvolve-se da dependência absoluta do ambiente rumo à independência, num complexo processo de amadurecimento no qual o potencial herdado e as provisões do ambiente estão em constante interação. O educador brasileiro Rubem Alves ilustra bem essa concepção quando diz que “entre os bichos a maternidade é coisa de útero. (...) Já seres humanos são gerados nos olhos das mães”. Portanto, quando pensamos nas relações entre pessoas e animais é importante ter em mente que é o ambiente humano que contribui para o desenvolvimento do psiquismo e não a relação com animais de forma isolada. Ao considerarmos as intervenções com a presença de bichos é imprescindível levar em conta o contexto no qual se desenrolam tais interações. Imaginemos uma criança brincando com um cachorro adestrado, correndo e pulando. Ela pode estar experimentando um momento de criatividade que inclui o uso do corpo. Caso um adulto interfira na situação, mostrando que o cão obedece aos comandos sentar e ficar parado, no intuito de indicar que a criança também deveria ser obediência a experiência enriquecedora é interrompida, podendo levar a uma submissão em relação ao ambiente. Segurar um cachorro pela coleira, virar para a direita ou para a esquerda, andar em linha reta ou na diagonal, jogar bolas de diferentes cores para que ele pegue, conversar sobre as partes de seu corpo (orelhas, patas, focinho etc.), escová-lo, correr por um circuito com obstáculos, acarinhá-lo... Essas situações e tantas outras abrem as possibilidades de que o contato com o animal seja um recurso terapêutico em diferentes áreas de atuação: fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicopedagogia e psicologia. O fato é que o contato com animais pode ser ponto de partida para o desenvolvimento de diferentes habilidades, tais como aprendizagem de conceitos, estimulação da linguagem, motricidade e expressão de emoções. No caso de Suzana, uma garota de 16 anos com paralisia cerebral tipo tetraparesia (com grande dificuldade de controle motor e rigidez muscular), isso se mostrou de maneira clara. Ela começou a jogar bolinha para uma cadela mostrando muita dificuldade para abrir e fechar a mão. Passado um tempo brincando, o mesmo movimento ficou muito mais fácil. Sua fisioterapeuta comentou que, em consultório, para fazer o mesmo movimento ela reclamava e até chorava e ali, brincando com a cachorrinha, abria e fechava a mão sem perceber. Ela estava se divertindo. Ou seja: o movimento ganhou um sentido que envolvia a afetividade e o interesse pelo animal. Da mesma forma, um fonoaudiólogo pode partir do interesse de seu paciente por um animal para trabalhar a estimulação da linguagem e obter outros ganhos. E um terapeuta ocupacional, utilizar como recurso o controle da motricidade ao incentivar o paciente a escovar o cachorro ou segurá-lo numa para desenvolver maior capacidade de percepção por meio do toque no animal. Na psicopedagogia, aspectos relacionados à aquisição de conceitos como cor, tamanho, seqüência, forma, quantidade podem ser estimulados por meio de objetos usados para brincar com animais. São usadas, por exemplo, bolas de diferentes cores e tamanhos, assim como seqüências de atividades para facilitar a condução do cão. SEM INVASÃO Muitas vezes, o contato com animal é um recurso usado para o estabelecimento de comunicação com o paciente — e não uma terapia em si, assim como a brincadeira numa sessão de ludoterapia ganha sentidos próprios em função da especificidade da relação terapêutica. Em algumas situações o animal funciona como elemento intermediário entre terapeuta e paciente, evitando que este se sinta invadido — o que pode acontecer especialmente em quadros clínicos nos quais pessoa está mais fragilizada, fechada no próprio mundo ou sentindo-se ameaçada pelo ambiente. Nesse casos, a presença do bicho facilita as intervenções, apropriação da experiências pelos pacientes e pessoas participantes e — seguindo a terminologia de Winnicott — o despertar do gesto espontâneo na busca do verdadeiro self. Como assinala esse autor, “é no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, adulto ou criança, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu (self)”.
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"A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, como a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes, poder-se-ia dizer, a mais bela das artes"... (Florence Nightingale)
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sábado, 27 de agosto de 2011
AFETO QUE CURA
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Benefícios da Zooterapia
A medicina parece estar aumentando suas apostas no papel que os animais podem ter além do convívio com os homens. Hoje, no Brasil, as universidades têm aberto mais as portas para experiências que queiram comprovar a eficácia da zooterapia. O assunto vai entrar pela porta da frente na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo.
"O assunto é novo por aqui e faltam pesquisas na área, por isso vamos iniciar o curso. Os médicos ainda são muito céticos em relação a essa terapia. É preciso prová-la por meio de uma metodologia científica", diz a veterinária Maria de Fátima Martins, professora da USP, no campus de Pirassununga, interior de São Paulo. Na UnB (Universidade de Brasília), desde março, uma equipe de veterinários e médicos estuda os efeitos da terapia mediada por cães no tratamento de pacientes com mal de Alzheimer, doença degenerativa que causa a morte dos neurônios e que tem como sintoma inicial a perda da memória imediata.
Todas às quartas-feiras pela manhã, os cães Ventus, um boiadeiro bernês de sete anos, e Barney, um golden retriever de um ano e meio, freqüentam o Centro de Referência para os Portadores da Doença de Alzheimer, que funciona no Centro de Medicina do Idoso do hospital universitário, onde os pacientes participam de sessões de fisioterapia e trabalham com a ajuda de neuropsicólogos e psiquiatras.
Segundo o geriatra Renato Maia, coordenador do centro, os resultados são visíveis. O fato de os pacientes se lembrarem dos cães no início e no final da sessão, por exemplo, já é considerado um grande feito para quem tem esse tipo de doença. "À medida que são expostos, os pacientes apresentam uma recuperação imediata da memória. Lembram de fatos que nem sempre discutem com a psicóloga. Muitos deles também voltaram a falar, algo que não faziam mais."
O projeto da UnB já atendeu 32 pessoas. "Estamos agora computando os dados. A mudança no humor dos pacientes é evidente, mas queremos mais informações. No exterior, a terapia com animais em contato com crianças é mais desenvolvida. Já vi estudos que mostraram, por exemplo, como a zooterapia reduziu o consumo de analgésicos entre os pequenos pacientes de oncologia. Com relação aos idosos, ainda falta muito", diz Maia.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária, em parceira com a Faculdade de Odontologia, ambas da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), do campus de Araçatuba, iniciaram, em 2003, um projeto de pesquisa para investigar as reações que os animais provocam em crianças com necessidades especiais, como as que sofreram paralisia cerebral, as portadoras da síndrome de Down e de outros tipos de comprometimento mental. Desde outubro passado, Spike, Cacau e Monalisa, cães labradores, e Raja, um golden retriever, passeiam com seus proprietários pela sala de espera do setor de atendimento ao público da Faculdade de Odontologia. "Eles ajudam as crianças a se distraírem e as acalmam", diz a médica veterinária Valéria Nobre, uma das responsáveis pelo projeto.
"Antes, alguns pacientes podiam ser atendidos apenas mediante sedação. Hoje, isso mudou. Os mais agitados depositam a ansiedade nos cães e entram mais tranqüilos na sala da dentista, o que prova que é mesmo possível reduzir o uso de medicamentos", comemora Valéria, que busca mais informações para concluir a pesquisa sobre o tema.
Apesar de o interesse pela área da zooterapia ser recente no país, ela já rende bons frutos na prática. Quem prova a tese é a aposentada Maria Marques, 84, que, com a ajuda de um cão, teve sucesso em suas sessões de fisioterapia. "Antes sentia dor. Com as sessões com Dim-Di [um golden retriever de três anos], minha perna voltou a mexer", diz ela.
Maria também faz parte de um projeto que tenta provar que os animais fazem jus ao título "melhor amigo do homem". O método utilizado na fisioterapia que ela faz é fruto do trabalho de conclusão de curso do fisioterapeuta Vinícius Fava Ribeiro, que teve a idéia de usar os cães como uma ferramenta.
Segundo Ribeiro, o cão é usado como estímulo em todos os exercícios das sessões de fisioterapia. "Quando escovam o animal ou brincam com ele, os pacientes trabalham o equilíbrio e estimulam a coordenação motora", afirma.
A também fisioterapeuta Claudinea Guedes Hanashiro, parceira de Ribeiro, conta que a presença do animal não só serviu de estímulo aos pacientes para que não faltassem às sessões mas trouxe resultados positivos para a melhora da saúde física e mental dos participantes. "Uma de nossas pacientes, que teve derrame, não mexia a mão direita durante as sessões de fisioterapia convencional. Hoje, ela movimenta a mão quando o cão está presente", diz.
"Outra paciente tem depressão e vive em estado de dormência, não reage a nada, a não ser quando o cão se aproxima. Aí, ela abre os olhos e até pronuncia algumas palavras", afirma Claudinea.
Diante dos bons resultados do trabalho de Ribeiro, o Cão do Idoso --um projeto iniciado em 2000 por voluntários, em que cães são levados a asilos em São Paulo-- adotou a técnica. Hoje, o projeto atende cerca de 150 idosos e tem 42 voluntários. Ribeiro faz uma observação importante: "O trabalho tem dado certo porque os idosos conseguiram facilmente estabelecer um vínculo com os cães. Esse relacionamento é fundamental para que as sessões prossigam de maneira tranqüila e segura".
Além de as universidades investirem em estudos dessas terapias --Terapias Assistidas por Animais--, outros programas que usam os animais para promover bem-estar às pessoas --Atividades Assistidas por Animais-- também têm encontrado respaldo de profissionais da saúde.
A psicopedagoga Liana Pires Santos começou a usar cães, ratos, coelhos, porquinhos-da-índia e até algumas aves para auxiliá-la no trabalho com crianças e adolescentes. "Nos últimos dez anos, vi que os animais tornavam o trabalho mais atrativo e que podiam ser usados para auxiliar no tratamento de problemas de linguagem, de percepção corporal e de controle da ansiedade. A experiência mostrou-se promissora no tratamento de crianças com hiperatividade e com quadros depressivos", diz Liana.
Murilo Matheus Ranocchia, 9, freqüenta as sessões com os animais para melhorar o seu desempenho na sala de aula. Atualmente, ele estuda matemática com a ajuda dos ratinhos que acabaram de nascer. "É muito melhor com os bichos", conta. "Após dois anos, ele evoluiu muito nos estudos", diz Arlete Matheus Ranocchia, mãe do estudante.
Segundo a psicopedagoga, que também trabalha com cavalos, esses métodos trazem novas formas de socialização, autoconfiança e elevam a auto-estima. "Como acontece com crianças hiperativas, controlar a velocidade do cavalo, por exemplo, pode lhes ensinar a lidar com a ansiedade." Liana coordena, na Fundação Selma, em São Paulo, um serviço de equoterapia para pacientes de reabilitação física.
Uma das pioneiras no uso na zooterapia no país, a médica veterinária e psicóloga Hannelore Fuchs coordena o projeto Pet Smile, em São Paulo, há quase dez anos. Ela --que fundou a Abrazoo (Associação Brasileira de Zooterapia)-- e uma dezena de voluntários levam animais para interagir com crianças e adolescentes em hospitais ou em instituições. Nas visitas, as vedetes são cães, gatos e coelhos.
"Além de servir como distração, a visita dos animais é importante para a saúde das crianças. Pesquisas mostram que boas emoções interferem de maneira positiva no sistema imunológico", afirma a pediatra Maria Tereza Gutierrez, da Santa Casa de São Paulo. Segundo a médica, a visita gera bons frutos no ambiente hospitalar, interferindo no humor não só dos pacientes mas de enfermeiros e médicos.
Para Hannelore, a zooterapia tem muito o que amadurecer. "Há bons profissionais da área da saúde que se interessem pelo tema, mas não têm conhecimento sobre os animais. Por outro lado, há profissionais da medicina veterinária que conhecem bem o animal, mas sabem pouco sobre os seres humanos." O caminho, para avançar, parece ser mesmo a aposta das universidades.
Onde encontrar:
Cão do Idoso: www.projetocao.org.br
Cão Terapeuta: www.caocidadao.com.br/caoterapeuta
Pet Smile: afuchs@amcham.com.br
Ande (Associação Nacional de Equoterapia): www.equoterapia.org.br
Fundação Selma: www.fund-selma.org.br
Zoológico de Curitiba: tel. 0/xx/41/378-1515
Centro de Medicina do Idoso do Hospital Universitário de Brasília (HUB): tel. 0/xx/61/448-5269
Dr. Escargot: tel. 0/xx/19/3565-4163
Cão do Idoso: www.projetocao.org.br
Cão Terapeuta: www.caocidadao.com.br/caoterapeuta
Pet Smile: afuchs@amcham.com.br
Ande (Associação Nacional de Equoterapia): www.equoterapia.org.br
Fundação Selma: www.fund-selma.org.br
Zoológico de Curitiba: tel. 0/xx/41/378-1515
Centro de Medicina do Idoso do Hospital Universitário de Brasília (HUB): tel. 0/xx/61/448-5269
Dr. Escargot: tel. 0/xx/19/3565-4163
Zooterapia
Terapia com animais
Divirta-se e ganhe uma vida mais saudável. A convivência com um animal de
estimação só traz benefícios à sua saúde. Quem tem um animal de estimação sabe o quanto eles são companheiros e divertidos. Para algumas pessoas eles são tão importantes que recebem tratamento especial, com direito até a festa de aniversário.
Na medicina alternativa, a relação Homem-animal é usada há mais de 40 anos
para fins terapêuticos. É a chamada terapia com animais, que no Brasil começa a
ganhar adeptos. A última novidade nessa área fica por conta de um recente estudo realizado na Europa e nos Estados Unidos que comprova que famílias com animais de estimação têm menos despesas com saúde do que famílias sem animais.
Segundo os pesquisadores, essa convivência é capaz de melhorar a autoestima,
diminuir problemas cardiovasculares, auxiliar a família na diminuição do
estresse, na queda da pressão arterial em hipertensos e principalmente ajudou uma maior interação social.
No Brasil o recurso terapêutico mais conhecido é a hipoterapia ou equoterapia,
que usa cavalos para interagir e restabelecer portadores de deficiências físicas,
problemas mentais e alterações motoras. Uma atividade prazerosa que estimula os pacientes a se movimentar, a ganhar auto-estima e confiança.
Mas outros animais podem participar de terapias como tartarugas, coelhos e
peixes de aquário. Até as minhocas podem ter um efeito relaxante e amenizar as
conseqüências do estresse.
Mas os cachorros são os preferidos e mais habilitados para as funções, pois são
sociáveis e interagem facilmente. Eles são especialmente treinados. Um bom cão de terapia deve ser calmo, amigo e obediente para fazer visitas programadas aos idosos em asilos e casas de repouso, ou a crianças em hospitais. Eles levam entretenimento e distração, o que ajuda a combater a solidão, a depressão e tiram a atenção das dores e dos traumas.
Os animais favorecem muito o bem-estar humano, portanto, se estiver dentro
de suas possibilidades, tenha um animal de estimação em casa, cuide dele, interaja com ele, estabeleça uma relação de amor e ganhe qualidade de vida.
HANNELORE FUCHS E O PROJETO PET SMILE
A médica veterinária e psicóloga Hannelore Fuchs é uma das precursoras no uso
de animais para interagir com crianças, adolescentes e idosos em hospitais ou
instituições. Fundadora da Associação Brasileira de Zooterapia (Abrazoo).
Hannelore revela que o trabalho é mais do que uma distração para os
assistidos. "Constatam-se diminuição de medicamentos, menos incidência de
depressão e aumento da sobrevida de enfartados", cita. O atendimento a adultos e crianças é feito de maneira diferenciada, pois as crianças são mais receptivas. "O mundo delas é diferente do mundo dos adultos. É mais simples. O animal entra com facilidade", diz.
A psicóloga explica que, na atividade, o animal é um facilitador, um canal
através do qual é possível um ser humano chegar a outro ser humano. "É oferecido um animal comum, para ser tocado, percebido e apreciado. Quando não há afeto, o trabalho segue o caminho da impessoalidade. É preciso ter um objetivo, muitas vezes é necessário driblar o isolamento pessoal. E o animal distingue."
Embora sejam mais receptivas, as crianças costumam se emocionar menos que
os adultos. De acordo com a especialista, a atividade para elas é mais lúdica, pois, em geral, estão acompanhadas por familiares. Para o adulto, que passa boa parte do tempo sozinho, é um alento. "Às vezes, ele se emociona mais do que a criança porque o trabalho traz lembranças e vivências", conclui.
A idéia de oficializar essa fabulosa relação entre o homem e o animal surgiu nos
Estados Unidos com a Terapia Assistida por Animais (Animal Assisted Therapy), há cerca de 40 anos, e desde então se difundiu rapidamente em países como Canadá, Suíça, França e Japão. Aqui no Brasil existem projetos que se dedicam a esta nobre causa e treinam esses animais para o trabalho que irão desenvolver.
Um exemplo muito expressivo é o Projeto Pet Smile, criado em São Paulo e
coordenado pela veterinária e psicóloga Dra. Hannelore Fuchs.
O projeto já realizou mais de 6000 visitas. São cerca de 18 animais, entre eles
há também tartarugas, gatos e passarinhos, e todos moram na casa da Dra e recebem cuidados especiais. O grupo conta também com o apoio de aproximadamente cinco voluntários por visita.
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